A identidade de uma cidade se relaciona com suas origens. Para que isso aconteça, dois atributos são fundamentais: a configuração espacial, que identifica a localização – quando vimos uma imagem, sabemos a qual cidade ela se relaciona; a percepção, por meio da qual captamos informações sensíveis e que nos fazem viajar até o local.
Um exemplo dessa dentificação são as peças feitas pelo Ateliê de Tecelagem – que funciona no laboratório Lablã, do Departamento de Zootecnia da USFM, que utilizam lã de ovelha para desenvolver artesanato identitário.
Conversei com a coordenadora do projeto, a professora Ana Gabriela Saccol, e compartilho com vocês tamanha riqueza.
Importante perceber a oportunidade
Fomento é um instrumento eficiente na geração de oportunidades e cumpre seu papel como promotor do desenvolvimento. Comprovamos isso por meio da fala da professora Ana:
“Decidimos participar do edital 034/2023 PRE/Proinova/UFSM, por meio de uma chamada para o fomento de ações de extensão da UFSM no Território do Distrito Criativo Centro Gare. Conhecendo a criação do Distrito Criativo tivemos o intuito de desenvolver com lã ovina um artesanato identitário para Santa Maria.”
Conhecimento gera resultados
Por meio da troca de conhecimentos entre diferentes áreas de atuação – arte, zootecnia e arquitetura – são compartilhados saberes que se materializam de forma criativa na lã. Assim, oportuniza a criação de produtos que reproduzem cartões-postais da cidade de Santa Maria.
“As atividades do ateliê são momentos de troca de saberes e construção de conhecimentos. Elas aproximam diferentes segmentos da sociedade em prol de movimentos que efetivamente contribuem com a vida da comunidade. Treinamentos e difusão de conhecimento técnico geram oportunidades de renda por meio da agregação de valor aos produtos desenvolvidos com a lã.”
O que é determinante para o sucesso?
Sem dúvidas, as artesãs detêm o “saber fazer”. A expertise está associada não só ao saber, mas também ao fazer. Isso significa a capacidade de executar o que fica claro nas palavras da professora Ana. O projeto aproximou artistas e comunidade, permitindo a possibilidade de desenvolver um portfólio de produtos que se conectam com a essência de Santa Maria, gerando assim percepção de valor em quem os vê.
Visão de futuro
“Estimamos contribuir com o Distrito Criativo Centro-Gare e com o desenvolvimento da economia criativa de Santa Maria, valorizando o patrimônio histórico cultural da cidade” ressalta a professora.
No segundo semestre deste ano, uma exposição das peças do projeto poderá ser visitada pela comunidade. Ainda sem data, a exposição reunirá o trabalho das artistas Mirian Schalemberg, Miriam Guarienti, Camila Fros, Rosangela Possamai e Ana Gabriela Saccol.
“Estamos abertas para agregar novos artistas”, convida a coordenadora Ana.
